segunda-feira, 4 de junho de 2012

Cap- 7


Servos da Meia~Noite


Acordei tarde, estava cansada por ontem a noite, mas dessa vez os pesadelos não me atormentaram. Olhei diante da janela a paisagem nublada, em um tom cinza e desanimador. 


Peguei o diário que estava logo ao lado, velho e mofado, com as paginas amareladas.
- Yume, visita para você. - Minha mãe entrou no quarto sem ao menos bater na porta.
- hum ? - Olhei para ela tentando adivinhar quem poderia ser.
- Um rapaz, muito bonito. - Ela deu um sorriso malicioso, mamãe sempre me dizia que deveria encontrar meu par perfeito, com quem iria me casar e trazer netinhos a ela, mas eu nunca imaginei que fosse precisar de um namorado, a maioria deles só te fazem viver uma história clichê como qualquer outra, e eu...Bom, sempre gostei do inusitado.


- Irei descer. - Coloquei o diário sobre a cama, me levantei, tentando disfarçar a felicidade de ter quase a certeza de que era Zero.
- Não, não, eu o mando subir - Antes que pudesse interrompe-lá, mamãe fechou a porta.


Sentei novamente, lembrando que estava inapropriada para uma visita surpresa de Zero, cabelo bagunçado, e ainda nem havia escovado os dentes !, tarde demais para tentar mudar algo,a porta já estava sendo aberta.
- Zero...Ah eu estou tão feliz em... - Surpresa, completamente surpresa, engasgada por entre as palavras que poderia dizer mas não conseguia. - Ren ?!
- Não grite, o que sua mãe poderá pensar que estou fazendo com você ? 
- O-o que você quer aqui ? - Desviei meus olhos.
- Quero te levar a um lugar. - Ele se aproximou, ecoando o som de suas botas, me lembrando de que Zero havia me implorado para ficar longe dele.
- Não vai dar, eu terei que fazer...Hum...Algumas...Tarefas !! - Arrumando uma desculpa qualquer mas o que diabos eu estava dizendo ?


Mas o que diabos ela estava dizendo ?, achando que pode me convencer com uma desculpa dessas, porém não aceito um não como resposta.


- Lhe ajudo com a tarefa quando chegarmos lá. - Yume ficou nervosa, ela esta com medo de mim ?, o que aquele maldito disse a ela ? - Acha que farei mal a você ?
- Mas é claro que não. - Ah isso esta tão difícil, não sou boa em mentir ou dar ''desculpas'' para não fazer algo, preciso de Zero aqui.
- Então venha comigo. - Ren estendeu seus dedos longos e finos para mim.
- Esta bem, mas terá que me trazer de volta para casa. - Recusei tocar nele, apenas dei as costas e peguei meu diário sobre a cama, o colocando dentro de uma bolsa.


Ren havia mudado completamente, da agua para o vinho, aquele garoto romântico e aparentemente tímido parecia não existir, agora estava atrevido e para mim não passava de um mal caráter.


Entrei em seu carro, era de um vermelho tão alegre, bancos macios e de couro preto. Onde havia encontrado dinheiro para isso ?, eu estaria andando em um carro roubado ?


Ren me evitou, apenas olhava para a estrada, estávamos indo para sei la onde, e eu...estava me sentindo mal, culpada, e como se estivesse traindo Zero.
Passamos por varias arvores iguais, as mesmas casas, imaginei que estivéssemos andando em círculos. Pouco tempo depois avistei uma casa de longe, antiga, os portões eram grandes e escuros algumas partes enferrujadas, o gramado estava baixo, quando chegamos mais perto havia alguém nos fitando pela janela, uma crianças que parecia mais um fantasma, minha pele se arrepiou de imediato, e eu estava suplicando mentalmente para sairmos logo de lá.


 - Chegamos. - Disse ele, estacionando logo a frente da casa que eu mais temia, um certo cheiro dominou minhas narinas, algo que eu já conhecia, não sabia explicar o que era, mas me causou enjoos.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

cap- 6


Servos da Meia~Noite
Cap- 6 ~ Tormento.


Em meio a multidão eu só tinha olhos para um alguem, ele...Zero, tão belo como nunca, seu cabelo prateado e metalizado caia sobre um de seus olhos perfeitamente. Zero usava um trage estranho um terno preto com uma pequena rosa, eu jamais o imaginaria vestido assim,e sorria gentilmente para mim, me convidando para uma dança que aceitei de imediato.
Era uma dança lenta, porém cheia de passos diferentes, eu me perguntava onde havia aprendido a dançar daquela maneira, sentia meus pés leves, como se eu pudesse voar. Nossos olho mantinham-se apenas fitando um ao outro.


Olhei em volta eu estaria em um palácio ?, cheio de espelhos onde pude ver meu reflexo, usava um vestido tão encantador que poderia lembrar ao de uma Deusa. As pessoas nos fitavam, tão admiradas,
mas a maior parte do tempo pareciam não estar ali, os únicos sons eram as batidas do nossos corações. 
Fechei os olhos, e podia jurar que estávamos voando,e estávamos.
Mas zero me deixou cair, ele me lançava um olhar melancólico, parecia não poder fazer nada, só me deixava...cair, e aquele despencar parecia não ter fim.


Eu gritava histericamente o seu nome, para que ele voltasse, doía tanto não te-lo por perto, pois nossas almas pareciam se completar, como um quebra cabeça, e ele era a peça que me completava.


Enquanto caia pude sentir mãos gélidas e úmidas me segurando, tinham garras e me faziam sentir calafrios, me levavam para a escuridão, e lagrimas - eram tantas - caiam desesperadamente pela minha face, tudo parecia tão confuso e cheio de sofrimento, como em um pesadelo, mas esse parecia real.
A luz dominou o lugar, meus olhos doíam pela intensidade, eu estava novamente sozinha, encostada em uma parede, como uma boneca quebrada, meus olhos desfocados , eu não chorava mais, meus olhos apenas estavam arregalados como se tivesse acabado de presenciar uma cena de terror.


Alguem me chamava, era uma voz perturbada.


- Yume mantenha a calma, estão distorcendo as cenas ! - Ela gritava e eu tentava encontra-lá.


Sangue de um vermelho escuro escorria pelas minhas mãos, me deixando enjoada e pensei que fosse desmaiar, mas eu não podia, não agora, tinha que ser forte para encontrar a saída.


- O que diabos esta acontecendo ? - Minha voz ecoava pela sala. - Por que comigo ? - Desabei, afogando-se em meio a tantas lagrimas.
fechei os olhos novamente, pensava no toque das mãos de Zero, e esquecia o fato dele ter me deixado cair, eu sentia que não foi de proposito, ele estava sofrendo, havia dor naquele olhar.


E tudo ficou tranquilo, não havia sangue nem mãos gélidas, apenas o sol brilhando como nunca, estava debaixo de uma arvore, e imaginei que tivesse finalmente encontrado o paraíso.


Uma mulher se aproximou, tinha um sorriso tão belo, e traços iguais aos meus, porém mais velha, poderíamos ter algum tipo de parentesco ?


- Quem é você ?- Perguntei enquanto minhas mãos iam de encontro com as dela.
- Eu sou você. - Ela sorria, e quando fomos nos tocar algo impedia, como uma barreira...


E acordei....


- Zero ? - minha voz estava fraca, e eu tentava levantar para encontrar seus olhos.


- shhh - Ele me acalmava enquanto acariciava meu cabelo.


- Eu estava com tanto medo. - Uma maldita lagrima caiu, não queria chorar.


- Eu sei, mas agora estou aqui. - Ele me colocou a sua frente.


Toquei seu rosto, ele abaixou para me beijar mas eu o impedi, colocando um dedo em seus lábios.


- Estou confusa, cheia de perguntas e... - Ele me interrompeu com um longo abraço.


- Irei responder todas, com calma.


Zero me beijou, o toque de seus lábios era prazeroso, mas não podia me deixar ao luxo de sentir isso agora, eu queria respostas, e tiraria isso dele.


- Por favor... - Supliquei, e ele parecia entender meu olhar.


- Os seus pesadelos, eu posso ver todos, eu sinto a sua dor, me perdoe, mas não podia fazer nada. - Ele beijava minhas mãos.


- Ah Zero...


- Você pode me achar louco mas, a alma de sua vida passada, ela não esta em paz, ela quer vingança, Yume...Você tem que quebrar a maldição.


- V-vida p-passada ? - Gaguejei. - E que maldição ?


- Yume... Eu sou filho de akuma, a quem quer te destruir.


- M-mas ele é um demônio. - Aquilo caia sobre mim como pedras, eu havia me apaixonado repetidamente por um demônio. -  Ele me amaldiçoou por isso ? - Estava tão atormentava, isso parecia ser impossível, mas era apenas no que eu queria acreditar.


- Sim, me perdoe. - Zero chorava, eu me sentia péssima ao o ver assim...


- shhh - O abracei, lembranças vinham novamente, quando crianças felizes, correndo por entre as arvores e sorrindo de maneira inocente, mas logo depois mortes, o vermelho borrava tudo repetidas vezes, e eu sentia uma dor profundo, apenas queria adormecer pela eternidade.

terça-feira, 8 de maio de 2012

cap- 5


Servos da Meia~Noite

Fui acordada pela luz que entrava pela janela,percebi que estava realmente em meu quarto, e não no meio da estrada ou no gramado alto de algum vizinho, sonolenta olhei para o relógio e percebi que estava atrasada para mais um dia de aula, isso poderia ser bom, daria essa desculpa para poder ficar em casa e pesquisar sobre as coisas que minha mãe havia dito durante seu delírio, poderia vasculhar pistas pelo bosque que poderiam responder as minhas perguntas, ou podia simplesmente ficar em casa e comer uma bandeja cheia de waffles.
Levantei ainda com muito sono, me olhei no espelho e percebi que estava horrível, meu cabelo desgrenhado a pele incrivelmente palida, e me lembrei daquelas criaturas sobrenaturais e demoníacas sugadoras de sangue, os chamados vampiros, temidos pelos humanos.


Estou morrendo de fome, pensei enquanto abria a porta e procurava pela minha mãe, mas ela não estava em lugar algum, havia saído cedo...Ah ela poderia ter um ataque novamente, deveria ter ficado em casa, eu deveria ter ficado de olho nela, a culpa me consome.


Caminhei descalça pelo frio chão de madeira, meus olhos procuravam por bandejas e waffles,e eu peguei um copo com leite quente para me aquecer daquele inverno. Mas, ainda não sabia onde pesquisar, só que, minha cabeça doía, e eu estava desesperadamente procurando por algo que pudesse me ajudar.


Ar fresco, era o que poderia me fazer sentir melhor.


 Durante o caminho passei em frente ao bosque, lá dentro estava escuro, mesmo com a luz do sol brilhando, e eu podia jurar que vi olhos vermelhos se escondendo por entre as arvores e arbusto. Aquilo me atormentava, e não saia de minha mente o fato daquele lugar abrigar coisas estranhas. E Zero...Esse era o nome ?, bom, não conseguia deixar de pensar em tudo o que aconteceu, sobre meu passado, sobre Ren, que eu confiava tanto.


Eu senti algo estranho,não era o toque do vento, nem os arrepios na pele,vinha de dentro, era uma sensação que vinha do coração, me ''dizendo'' para seguir em frente, até determinado local, que eu não sabia qual era, mas minhas pernas se moviam quase sozinhas.


Então cheguei, eu sentia isso... Era um orfanato, toquei a maçaneta, estava fria, e o lugar deserto, vazio, nem sons de crianças havia, tão...sombrio.
Um caderno estava logo a cima da mesa, velho e mofado, parecia ter vivenciado tantas cenas históricas.
Me aproximei. O toquei, e uma onda de calor tomou meu corpo.
Cenas, falas, tudo percorria minha mente numa grande confusão. Zero estava lá, sempre esteve, me protegendo, me fazendo sorrir. E eu podia sentir cada vez que ele me tocava, era quente e cheio de paixão.


Aquele caderno, era na verdade um diário, meu diário, contava sobre minhas vidas passadas, isso poderia ser possível ?
Uma rajada de vento entra pela porta, bagunçando ainda mais o meu cabelo, e sinto que é hora de ir.


Eu estava perdida, não pelo caminho, era em minha mente, estava tudo muito confuso, não sabia se aquilo poderia ser real, mas eu estava feliz, porém minhas pernas estavam bambas. Eu agarrava aquele diário contra o peito, desejando que ele me levasse de volta para aqueles momentos tão felizes.


O bosque, novamente estava passando a sua frente, ruídos vinham de lá, mas dessa vez ouvia alguem com uma voz doce a me chamar, eu poderia adormecer a ouvindo.
Aquele lugar era perigoso, eu sabia disso, porém minha curiosidade não me deixava se mover se não fosse para entrar lá, investigar, descobrir quem ou o que causava tantas vitimas ultimamente, amedrontando tanto as pessoas.


Ao passar pela entrada o vento soprava mais forte e gélido, o lugar era úmido, sentia alguem me fitando. Mal havia entrado e já estava perdida, que frustrante. O medo, ele estava presente, e o desespero também, eu deveria manter a calma.


Pensar...Pensar....Pensar.... Eu estava seguindo o caminho em linha reta, para voltar é só fazer o mesmo porém em direção contraria.


Me apoiava nas arvores, os ruídos ainda podiam ser ouvidos, o lugar estava ficando cada vez mais escuro, o brilho da lua não entrava, e ela também parecia não brilhar. Alguem parecia estar rindo para mim, e as arvores balançavam os galhos de maneira que pareciam estar vivas. Pouco tempo depois, eu imaginei que estaria perto da saída daquele lugar que parecia mais uma cena de terror, onde a mocinha seria morta a qualquer momento...Mas eu estava, errada, havia voltado para o mesmo lugar, estaria andando em círculos ?


Eu havia sido vencida pelo cansaço, e me deixei cair naquele chão frio, coberto por plantas sem vida, e trepadeiras que contornavam as arvores parecendo sufoca-las, não, elas estavam me sufocando, se enrolando em meus tornozelos, chegando até meu pescoço, eu tentei puxa-las mas pareciam ser feitas de aço.


Algo habitava o bosque, queria matar a todos, demônios ?, anjos caídos ?, bruxas ?, vampiros ?, o que poderia ser ?, eu estava tão atormentada, mas ciente de que a prioridade era me livrar daquelas plantas assassinas.


Meus movimentos eram inúteis, nada podia cortar aquilo, me arrependera por um momento por não deixar as unhas crescerem. Eu havia desistido, me deixado ser levada pela morte, lagrimas caiam inúmeras vezes,a dor física não era sentida, o que importava era uma dor que chegava até a alma, o motivo era Zero, que dominava minha mente mais uma vez naquele dia, eu jamais o veria novamente, que frustrante. 


Eu queria toca-lo, sentir seu beijo novamente, não me importava mais saber sobre meu passado, eu só queria estar com ele, mas eu estava desistindo, de tudo, desistindo de viver, de responder minhas perguntas, desistindo de estar com Zero.


E eu adormeci, ou aquela sensação era a da morte...

sábado, 5 de maio de 2012

cap- 4


Servos da Meia~Noite
cap 4 -'' Aquele que jurou me proteger ''




- Mãe ? - Eu gritei desesperadamente, a procura de uma resposta, porém inútil.


Se passaram alguns segundos, e estávamos ainda ali, sentadas no chão, minha mãe continuava inconsciente para minha preocupação, e eu a arrastei até o sofá, colocando sua cabeça cuidadosamente na almofada.


Agora eu precisava respirar ar puro, e sentir o vento de inverno percorrer minha pele, enquanto fitava o bosque, que já não era mais o mesmo, não depois de tantas vitimas.


Sai para a rua, o vento vinha soprando do norte, era frio e me causava arrepios. Hoje havia acontecido tantas coisas, mas a pior delas foi os delírios da minha mãe...O que mais poderia acontecer ?


A neve caia lentamente, como se fosse em câmera lenta, tornando a paisagem tão bela... E um garoto, sozinho, o mesmo que nos observava minutos antes, fitava o céu, os olhos inundados por lagrimas, perdidos, seu cabelo era bagunçado pelo vento soprando de leve, mas ele parecia não se importar.


Me aproximei, o tocando, fazia perguntas que ele não respondia, parecia não sentir ou ouvir, e continuava a fitar as estrelas.


- Zero... - Palavras saiam de minha boca involuntariamente, que agora estava congelada pelo frio.


Ele se virou, nossos olhares se encontraram, era tão profundo e intenso, aquele tom de lilás era encantador e parecia abrigar mundos lá dentro.


Ele me abraçou e eu senti um imenso calor, e uma segurança, nada melhor do que um abraço para nos proteger de todo mal...De todo sofrimento, nada melhor que um abraço para nos tirar da solidão.


- Yume...Yume...Eu sempre irei lhe proteger, estarei sempre ao seu lado, não importa o que aconteça. - Lagrimas caiam pelo seu rosto, e eu as toquei, eram quentes porém carregavam tanta dor. - Fique longe do Ren, por favor -Ele implorava, sua voz tocava até minha alma de maneira que lagrimas começaram a cair graciosamente pela minha face.


 Ele me beijou... Era ainda mais intenso do que o beijo de um tempo atrás, onde ele me observava. O mundo parecia girar, e só restava nós dois, senti minhas pernas fracas, e imaginei que fosse cair, mas ele me segurou, me trazendo para perto de si. Era visível a paixão naquele beijo, e nos fundimos, lembranças e falas de momentos de outras vidas dominavam minha mente.


Momentos depois ele desapareceu, me deixando...Sozinha, mas as lembranças ainda estavam aqui, eu podia sentir que ele também estivera pois eu ainda podia sentir o toque de seus lábios.


E tudo ficou tão claro...


- Yume-chan...Eu sempre irei lhe proteger, estarei sempre ao seu lado, e você não sentirá medo. - Um pequeno garoto dizia a uma menina de cabelos castanhos e olhos claros, e ela era...Eu, quando criança, sim, ela era eu podia ter certeza, já havia estado naquela cena, e sentido aquelas sensações.


- Não se preocupe Zero, enquanto você estiver comigo tudo estará bem. - Ela sorria de uma maneira inocente.


Segundos após tudo ficou sombrio, e folhas eram sopradas para todas as direções, sem ordem, e a garota que estava tão feliz a pouco tempo atrás chorava.


- ZERO VOLTE, POR FAVOR ONDE VOCÊ ESTA ?,NÃO ME DEIXE SOZINHA. - Ela gritava histéricamente, enquanto se afogava nas próprias lagrimas.


E eu volto para o mundo ''real'' pela segunda vez naquele dia, confusa e me perguntando quem Zero havia sido para mim, alguem especial ?, aparentava que sim, e ainda doía sentir a sua perda, mesmo que aquilo tivesse acontecido a tanto tempo.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

cap- 3


Servos da Meia~Noite


''Voltando para a casa, a aula tediosa mais uma vez, as garotas antipáticas não paravam de fofocar nem se quer um segundo, os garotos comentavam sobre o próximo baile que teria no colégio, que com certeza n-ã-o irei, teria apenas aquelas vadias atrás dos garotos populares, sem se darem ao valor, e após eles serem ''seduzidos '' começariam a se esfregarem no meio da pista, algo de dar enjoo, e estou certa de que não quero ver. ''


A rua parece movimentada, pessoas andando de um lado para o outro sem saber o que fazer, perdidas, e apavoradas... O que teria causado tanta confusão ?... Policiais ? o que estariam fazendo ?
Muitas pessoas permaneciam em volta da entrada do bosque, algo havia acontecido, uma cena de crime. Me aproximo curiosa, porém o arrependimento me consome, os adolescentes - os mesmos que tinha visto ao ir para o colégio- , estavam...Mortos, uma cena muito assustadora, vermes e lesmas pareciam se contorcer enquanto saiam de suas bocas. Engoli em seco. 


Estou sem apoio, meus pés vacilando, estou ao ponto de desmaiar, devo encontrar uma arvore para me apoiar...


Até que tudo escurece, o preto predomina, tudo...tão...Escuro.


Uma nevoa densa parecendo querer me proteger do resto do mundo, um garoto - que aparentava doze anos - , estava encostado numa pedra, acorrentado, abraçando seu joelho ele chorava, lagrimas brilhantes como pequenos cristais, ele parecia estar com frio, fome, e um aperto no coração me dominava, me deixando frágil e por um momento pensei que fosse desabar diante dele.


- Por que esta aqui ? - Disse de um jeito doce e suave, como um sussurro, enquanto o fitava.


- Você não deveria estar aqui. - Ele revidou.


Ficamos calados por alguns segundos, aquele lugar era tão escuro que me fez sentir... medo. E então continuei:


- Para que todas essas correntes ?. - Disse ao tocar sua pele, ele tremeu, se encolhendo.


- Me deixe em paz. - Ele evitava me olhar, encarava o vazio, e seu cabelo escuro de pontas vermelhas vivas, caiam sobre seu belo e pálido rosto, o cobrindo pela metade.


- Não se preocupe... - Sussurrei, lhe dando um abraço que ele aproveitara até o ultimo momento, parecia nunca ter recebido carinho, e se eu pudesse o livraria de todas aquelas correntes e o envolveria em meus braços pela eternidade, o poupando de todo sofrimento.


Eu podia ouvir as nossas vozes ecoando, e indo diretamente para um abismo


- Vá embora, aqui não é seguro para pessoas puras como você... - Ele suplicava.


Algo me puxa, me tirando de perto daquele desconhecido garoto, e percebo que atravesso paredes e objetos, até que uma luz forte me deixa cega por um momento, começo a piscar, porém a luz era forte demais.


E então estou de volta para o mundo ''real'', e um gentil jovem me segura, sorrindo, parecendo estar feliz por eu não estar mais inconsciente. 


- Esta bem ? - Ele pergunta.


- Bati a cabeça, acho. - Um pouco tonta o respondo.


- Posso te levar para casa ? - Era impossível dizer não, ainda mais com a maneira que ele me olhava.


- Se...Você, hum, quiser... Pode ser.


Me levanto com a ajuda dele, enquanto me deixava corada por me encarar com seus grandes olhos intensos, um azul vivo, banhado por dourado, porém sem exepressão alguma agora, então uma vaga lembrança percorre minha mente, eu já havia o encontrado antes.


- Qual o seu nome ? - Nossos olhos se encontraram, e eu pude me perder diante daquelas cores.


- Ren, e imagino que o seu seja Yume, certo ?- Ele sorria gentilmente.


- Hum, sim. - Dei um breve e tímido sorriso.


- Vamos, me mostre onde você mora.


Após nós levantar, caminho lentamente... até parecendo uma daquelas cenas românticas, de uma praia, onde o mocinho beija a mocinha durante o pôr-do-sol, mas nessa não havia praia, nem beijos, apenas uma curta caminhada... 


                                                                                            **
- Está entregue...- Ele tirava uma mecha do cabelo enquanto dizia -  Tem certeza que não se machucou ? - Ren parecia realmente preocupado, e eu... estava acreditando.


- Sim, um cavalheiro me segurou durante minha queda. - Num tom sem muita emoção, continuo - Tenho que entrar, esta ficando tarde e minha mãe com certeza esta me procur... 


Fui surpreendida com um beijo, nossos lábios rosavam suavemente, sua língua passava pela minha de maneira que me fazia sentir um calor, de dentro pra fora, e eu nem se quer tentei me livrar de seus braços quentes, por que se até mesmo tentasse teria meus ossos quebrados, pois ele me mantinha próxima do teu corpo num aperto forte, e eu me entreguei as sensações.

- Tenho que ir - Ren disse, ao perceber que alguem - que eu desconhecia -  esta assistindo aquela cena, ao nos fitar com olhos maliciosos e um grande sorriso.


- Parecem estar se divertindo. - Sua voz grave percorrem meus ouvidos.


- Não, não foi nada demais, é que, ele veio me deixar em casa, e...- Eu faço movimentos inúteis negando tudo.


- Não se explique. - Ren disse sério, seu doce sorriso havia desaparecido, e uma expressão assustadora o domina.


Ele deu alguns passos até o rapaz que estava parado e em pé, ele usava jaqueta de couro preta, com uma camiseta preta, e suas botas pretas para combinar. Ren estava furioso e eu não entendia o por que.


- Nos vemos outro dia. - Ele dava um sorriso amarelo ao se despedir.


Entro, a casa escura, dominada por sombras, que eu não podia distinguir onde uma começava, e a outra terminava. Minha mãe estava num canto da casa, e a luz que entrava pela janela entre aberta, era de um tom violeta, iluminando seu rosto inexpressivo, seus dedos finos apontavam para algo, seus olhos desfocados e vazios.


- Mãe ? - Ela não respondia - O que aconteceu ?


- Não vá ao bosque, a noite ele se torna ainda mais sombrio e perigoso, cheio de seres desconhecidos pelos humanos, mas eu sei, demônios existem... - Ela segurava meu rosto com seus dedos frios - Eles voltaram !, estão atrás de almas de jovens e eles querem...eles...querem...Roubar suas lembranças doce Lady.


- Mãe, sou eu, Yume sua filha, e estamos no século XXI. - Tentava desperta-lá de seu delírio.


- Eles precisam da sua alma, Lorde Akuma a quer por pura vaidade... Ele quer roubar tudo de nossa família, estamos condenados a essa maldição a tanto tempo, a muitos séculos - Ela pausou- Nos salve Lady !


E ela caiu em meus braços.



sábado, 28 de abril de 2012

cap- 2


Servos da Meia~Noite

A senhora Shimizu Passeava com seu cão como todos os dias, aquela bola de pelos era realmente fofa, porém com seus latidos histéricos para todos que passavam, Isobel logo do outro lado da rua com seu novo namorado, o que aparentava que o ultimo relacionamento não havia durado nem se quer uma semana... Adolescentes matando aula e iam para dentro do bosque. Dizem que o lugar é amaldiçoado, por almas das famílias fundadoras da cidade, boatos de que bruxas viviam naquela época e eram mortas por serem consideradas aberrações, pelo simples fato de serem uma parte humana e outra monstro, e até mesmo demônios que sugavam a alma de inocentes e suas memórias por serem seres vazios...Não sei se devo acreditar em boatos, mas sabe como é, melhor não arriscar !


                                                                                                 **


- Yume ! - Disse Mikki ao me dar um longo abraço.


- Esta me, s-sufocando. - Sussurrei.


- Solte ela Mikki ! - Frustrada Midory a puxava.


Mikki sempre muito carinhosa, frágil, e um tanto dramática, e simplesmente encantadora, com seus fios de cabelo modelando perfeitamente seu corpo até seu quadril, olhos claros com um tom de dourado extremamente brilhante, lábios pequenos e rosados, e a pele que ao toque era tão lisa, uma verdadeira boneca de porcelana.


- Vamos !, ainda tenho que passar na biblioteca antes de tocar o sinal - Midory nos arrastava.


Agora na biblioteca os olhos de Midory permanecem com um brilho surreal, enquanto ela vasculha cada estante por um livro novo. Mikki no corredor dos livros de romance, ela é bem fascinada por coisas do tipo, e eu apenas as observando enquanto caminho até o corredor dos livros de ficção.


Incrível livros novos já chegaram, e esse em especial tem um titulo interessante.


Até que alguem tenta pegar o livro de minhas mãos:


- Eu peguei esse livro primeiro.- Dizia eu, enquanto dividia metade da capa do livro com um rapaz logo do outro lado da estante.


- Que seja. - Disse ele num tom gélido, se distanciando, indo em direção a mikki.


- Romance escolar é tão clichê que chega a me dar coceira. - Ele dava um sorriso torto, pegando o livro e colocando de volta na estante, se virando novamente para mikki - Essas historias não vão acontecer com você, desculpe por ser realista.


- Q-quem você pensa que é ? - Mikki havia perdido o controle, algo muito raro.


Ele caminhava até mim, ignorando-a.


-  Nos vemos em breve - Ele sorria erguendo meu queixo me fazendo corar.


''Eu já havia o encontrado em algum lugar ?, ele era familiar, porém eu jamais esqueceria aqueles lindos olhos misteriosos, que poderiam me roubar toda a energia pela sua intensidade.''

segunda-feira, 23 de abril de 2012

-


Servos da Meia~Noite


''Risos, risos ecoando por essa sala escura, o que eu faço aqui ?, que lugar é esse ?, onde esta doendo ? onde ?, Que dor profunda... acho que nem ao menos pode ser curada. Hum, aquilo, é uma porta ?... Ah mas que droga, o que é isso em que tropecei ?. Logo a frente uma janela, vamos lá eu ao menos devo lembrar de como é andar. Mas, mas isso parece uma prisão... blocos num cinza sem vida, janelas com grade, aquilo é um prédio num tom de dentes amarelados... A-aquilo a oeste é um cemitério ?, mas que diabo de lugar é esse ?''

Então abro meus olhos e vejo uma figura distorcida de minha mãe.


Um sonho ?, aquilo não havia passado de um sonho...Mas parecia tão real. Bom, me chamo Umezawa Yume, não tenho memórias sobre o meu passado mas isso não tem a menor importância,  sou adotada, mamãe se chama Akemi, e tenho duas grandes amigas Midory e Mikki. Tenho sonhos estranhos, isso é tão perturbador, há momentos em que imagino que esses sonhos fazem parte do meu passado, mas é algo tão improvável.

- Yume, acorde, ou chegará atrasada. - dizia ela, abrindo as janelas.

Mamãe já estava histérica dizendo, quase gritando, para me levantar e rapidamente me arrumar para o colégio.
                                                                                                 **
Esta manhã parecendo mais fria do que as outras, o vento soprando de leve minha pele, me deixando arrepiada, também mais sombria, o bosque ao lado escuro, e ruídos vindo de lá, lobos? talvez...Ou criaturas de outro mundo, não, eram realmente lobos.

O colégio shikaijhou esta realmente parecendo mais distante, e sinto alguem me fitando, se aproximando cada vez mais. Apressar os passos, é isso que devo fazer, mas de-repente num piscar de olhos o encontro bem a minha frente, me fitando com aqueles grandes olhos lápis lazuli, ''ah eu estou ficando vermelha, meu estomago se contorcendo não posso desmaiar agora !''

- Vejo que esta feliz com sua nova vida.- Dizia ele tirando uma mecha dos olhos, seu cabelo lindo, era escuro como a meia-noite, e trazia nas pontas um vermelho, como se tivessem sido lambidas pelo fogo... E tão rápido quanto havia chegado, ele sumiu.



Se ao menos tivesse tido tempo para lhe perguntar seu nome...Humanos normais poderiam desaparecer com tanta rapidez ?, e o que ele realmente quis dizer com aquilo ?, que frustrante perguntas sem respostas, pelo menos por enquanto...